sábado, novembro 27, 2010

PÚLPITO

Quebraram o meu nome
na esquina agora.
Perdi alguma coisa.
Não sinto meus pés.

Sinto muito.
Agora é tarde.

São seis da manhã.
Eu gritanto aos sete ventos:
Bom dia, meus irmãos!

quarta-feira, novembro 17, 2010

FESTA DA CARNE*

Ela, quase nua no meio da rua.
Uma aquarela pintada em carmim.
Boca sedenta, minha carne engolia
num frenesi que febril me fazia.

Naquele dia, sentia daquela noite
um gozo pueril de um velho leão.

Eu era um brinquedo
nas mãos da donzela.
Me quebrava a costela
com seus lábios voraz.

Ardia na fina chuva,
no meio de todo o povo
numa noite de carnaval.


* Para matar a vontade de Leonardo Rander, que não gosta da minha prosa.