domingo, agosto 21, 2011

FLOR DE LIZ

O triste do fim é a saudade.
A noite traz a saudade do Sol brilhando.
A manhã nos faz sentir falta da Lua.

E a gente se acha dono das coisas,
das pessoas, dos momentos, de nós mesmos...

Quando a gente acorda,
descobrimos que nada temos.
E nem a saudade é nossa.

Como se a rua, por ser pública,
não nos coubesse ali.
Como se nosso corpo, por ser vivo,
nos rejeitasse permanecer aqui.
Como se as pessoas, por serem amadas,
não abrissem espaço para nós.

Mas, principalmente, como se nós mesmos
nos renegássemos e quiséssemos fugir
de tudo que somos, pensamos e sentimos.

Numa ânsia insana de saudades.
Que é o triste de todo fim,
mas também a euforia do começo.