Era um concerto sinfônico de orquestra.
O tempo passou e tornou-se apenas uma música.
Em seguida, apenas uma linha melódica.
Na sequência, uma nota.
Até que virou apenas um som confuso.
Após isso, transformou-se um zumbido baixo.
Depois converteu-se num ruído subliminar.
Hoje é só silêncio.
Sociedade dos Poetas Vivos
domingo, março 20, 2016
segunda-feira, junho 16, 2014
HIPÓTESES MATINAIS
Talvez seja de manhã e todos ainda dormem.
Talvez seja a expectativa atenta que faz o silêncio.
Talvez seja a quietude minha que transbordou.
Talvez seja os ouvidos que não podem mais funcionar.
Talvez seja uma ilusão feita pelo quarto fechado.
Talvez seja a calma rainha que ninguém quer quebrar.
Talvez todos estejam como estou,
tentando entender porquê do silêncio
e, por isso, observam-no atentos.
Talvez seja a expectativa atenta que faz o silêncio.
Talvez seja a quietude minha que transbordou.
Talvez seja os ouvidos que não podem mais funcionar.
Talvez seja uma ilusão feita pelo quarto fechado.
Talvez seja a calma rainha que ninguém quer quebrar.
Talvez todos estejam como estou,
tentando entender porquê do silêncio
e, por isso, observam-no atentos.
sábado, março 15, 2014
SÓ
Sozinho.
Todos se foram.
Faz tempo.
E eu fiquei
como o profeta no deserto.
Ou o aniversariante
depois que todo mundo
vai embora da festa
e ele fica em casa
na companhia apenas
da bandeja suja de bolo,
das forminhas de doces vazias
e dos balões estourados pelo chão.
Todos se foram.
Faz tempo.
E eu fiquei
como o profeta no deserto.
Ou o aniversariante
depois que todo mundo
vai embora da festa
e ele fica em casa
na companhia apenas
da bandeja suja de bolo,
das forminhas de doces vazias
e dos balões estourados pelo chão.
sábado, setembro 14, 2013
quinta-feira, janeiro 24, 2013
TABULETA
O toque é trocado
num tronco, na tarde.
O traço de tinta
transborda na tela.
O tempo transposto
tingido no eterno.
num tronco, na tarde.
O traço de tinta
transborda na tela.
O tempo transposto
tingido no eterno.
segunda-feira, dezembro 17, 2012
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma drágea
tinha uma drágea no meio do caminho
tinha uma drágea
no meio do caminho tinha uma drágea.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma drágea
tinha uma drágea no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma drágea.
adaptação do original de Carlos Drummond de Andrade "No meio do caminho"
Leonardo Rander
Belo Horizonte, 1º de setembro de 2012
segunda-feira, julho 09, 2012
MANISFESTO DIVINO: DA CRUZ À GLÓRIA!
Entristece
muito meu espírito ao perceber a atual situação literária do Brasil. Há, sim,
concursos que estimulam a produção e a divulgação da Literatura, mas têm
atingido a poucos. Ou pior, os inscritos são atraídos não pela arte, mas pela
premiação em dinheiro.
Ainda, a qualidade questionável da produção divulgada pela
mídia; enquanto bons escritores estão ofuscados – seja por timidez, seja por
falta de oportunidade – e precisam, apenas, de aperfeiçoamento, ou nem disso.
Apenas de prestígio, de reconhecimento, de estímulo. Essa é a situação que
percebo no cenário literário brasileiro pós-moderno.
Apelo,
agora, a você: escritor escondido em seu imenso talento e introversão.
Publique, concorra, motive-se, brilhante vulto moldando palavras no meio da
noite! Exteriorize toda essa arte que culmina em seu ser. Torne o mundo mais
belo com a pura serenidade que há na escrita sua, para que a Literatura
verdadeira possa reinar no país novamente. Ó, alma lírica sombria! Ressuscite!
Rejubile! Resplandeça!!!
Leonardo Rander
Belo Horizonte, 3 de
outubro de 2011.
domingo, abril 29, 2012
O VULTO
Ela era tão serena que me assustava.
Tão silenciosa que a rosa que lhe dei
era uma flor que gritava muda por ajuda.
Escassa era a fé que me conduzia torto
ao encontro daqueles lábios de por-de-sol.
Eu queria poder encontrá-la pela tarde.
Mas quando eu a buscava só encontrava a mim
perdido num cais em eterna ressaca.
Hoje sei que, talvez, ela nunca existiu.
Tão silenciosa que a rosa que lhe dei
era uma flor que gritava muda por ajuda.
Escassa era a fé que me conduzia torto
ao encontro daqueles lábios de por-de-sol.
Eu queria poder encontrá-la pela tarde.
Mas quando eu a buscava só encontrava a mim
perdido num cais em eterna ressaca.
Hoje sei que, talvez, ela nunca existiu.
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